sábado, 27 de outubro de 2012

Como eu prometi, pulicarei hoje mais um trecho de A voz do coração

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Na manhã seguinte a família de Augusto se reuniu para tomar o café da manhã. Eles deveriam estar no aeroporto ao meio dia e Suzana queria aproveitar para conversar mais um pouco com os filhos.
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- Você contou a ela que nós o adotamos?
- Não papai. Não senti a menor vontade de falar com ela nem com ninguém sobre isso. Não quero causar-lhes nenhum problema. Mas espero que você cumpra sua promessa.
- Meu filho começarei a procurar o convento amanhã. Só me preocupa o fato de que essas descobertas possam afastá-lo de nós.
- Não papai, eu amo vocês. Vocês me criaram como se fossem meus pais verdadeiros. Nunca fizeram distinção entre nós. Eu jamais faria qualquer coisa que viesse a magoá-los. Só quero saber quem são meus pais verdadeiros e porque me abandonaram. Essa pergunta me acompanha desde o dia em vocês nos contaram sobre a adoção. E, mesmo que tenhamos sorte de encontrá-los, eles serão estranhos para mim. Não sei se conseguirei sequer me aproximar deles.
- Augusto, não seja tão duro. Não sabemos que motivos levaram seus pais a abandoná-lo. Não devemos julgá-los. Muitas vezes a vida nos coloca diante de situações que nos obriga a tomar decisões que talvez nunca seriam tomadas ou até mesmo pensadas. Espere para saber o que aconteceu. Tenho certeza que deve ter havido um motivo muito forte para você vir para nossa família.
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Maria Luiza perguntou:
- Mamãe como você está se sentindo com tudo o que está acontecendo? Pelo seu olhar acredito que esteja sofrendo ou estou enganada?
- Não Malu você não está enganada. Estou preocupada com o que pode acontecer a Augusto e também tenho medo de perdê-lo. Quando somos jovens fazemos o que queremos sem medir as consequências futuras. Eu e seu pai agimos por impulo, talvez até por egoísmo, e agora estamos diante de uma situação totalmente fora do nosso controle.
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- Augusto não faça isso.
- Isso o que?
- Chamá-los de Suzana e Roberto, eles são nossos pais e nada vai mudar isso.
- Você não se importa de saber que não somos irmãos?
- Você fala tanto que a Marcela é infantil e esta bancando o crianção. É lógico que não me importa. Crescemos juntos. Você é e sempre será meu irmão mais velho. Pare de ver problemas aonde eles não existem. Eu não vou ficar repetindo toda hora que somos irmãos. Você é quem tem que acreditar nisso. Já pensou se a mamãe ouve você falar assim? Pense nisso: eles poderiam ter pego você e entregue a um orfanato qualquer, abandonado você quando eu e a Malu nascemos, excluíndo-o da vida deles e, no entanto o que fizeram, cuidaram de você, deram-lhe amor, estudos, alimentação, cuidados médicos, quando foi preciso. Não entre nesse processo de autopiedade, você não precisa disso.
- Desculpe Paulo, não sei porque falei isso. Desde que eu soube da adoção não conversei com ninguém sobre ela.
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- Augusto, nenhum de nós sabe como reagiremos diante da verdade. Vamos seguir nossas vidas e deixar o tempo passar. Só ele poderá nos mostrar o que queremos saber. Lembre-se do ditado "tudo tem seu tempo". Você veio viver conosco por algum motivo. Em breve saberemos qual é ele.
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